Há uma parte de nós que pensa que tudo pode ser controlado. Essa parte é aquela que construiu um muro para nos proteger das ameaças do mundo. Ela tem tudo sob controle… ou pensa que tem.
Normalmente para que possamos nos sentir tranquilos e de bem com a vida costumamos pensar que é possível ter tudo sob controle. Mesmo que por necessidade de proteção, queremos tudo sob controle.
No entanto, com o passar do tempo podemos perceber que nada está sob controle. Há momentos em que nenhum de nossos esforços é capaz de manter as coisas como queremos, ou desejamos.
E nesse momento o melhor a fazer é esquecer o controle, largar o controle e simplesmente aceitar o que está bem diante dos olhos. Aceitar e criar de acordo com o que se apresenta.
Brigar para que tudo continue como queremos num momento onde tudo está contra é como remar contra a maré.
A vida está mostrando um novo rumo, um novo caminho para ser conhecido. Portanto, quanto mais lutarmos contra seguir esse novo caminho, mais esforço vai ser exigido de nós.
Aceitação e confiança. São energias importantes para esses momentos.
Tudo está exatamente onde precisa estar.
É preciso apenas seguir a correnteza, e permitir que o fluir da vida nos leve onde precisamos ir. Sem controle, e sem qualquer esforço tudo se alinhará para que tenhamos todo o acolhimento e abundância de que necessitamos.
Mesmo por que todo controle é ilusório.
Vejamos: podemos controlar as contas para que sejam pagas na data do seu vencimento, ou fazer uma lista de compras para o mercado, para que não esqueçamos de comprar algo, mas não podemos controlar o fluxo da abundância na nossa vida, pois ela só flui livremente se estivermos alinhados com o fluxo da energia vital do nosso Ser. E esse fluxo não aceita controles mentais.
Podemos controlar nossa casa para estar sempre limpa e organizada, mas não podemos controlar nossas emoções para não se expressarem. Se controlarmos nossas emoções nosso corpo gritará de dor, nossa mente entrará em confusão, nosso espírito não terá espaço para SER, e nossa abundância ficará bloqueada.
E até mesmo as coisas mais físicas e básicas muitas vezes ficam incontroláveis. Se acontecer por exemplo uma tempestade nossa casa por mais segura que tenhamos construído poderá sofrer danos. Não temos controle sobre a intensidade das forças da natureza, como também não temos controle sobre a intensidade do teu SER.
É um tanto quanto assustador perceber que o controle é tão frágil, tão sensível, e que só funciona no mundo mental das coisas, e que podemos fazer muito pouco para nos proteger daquilo que tememos muito. Até por que o medo também é mental.
Nossa mente entra em pânico quando percebemos que o mundo não está sob nosso controle, e que a qualquer momento algo novo pode acontecer.
Na verdade quando a mente entra em pânico, é por que o corpo, as emoções estão desesperadas para serem manifestas, é por que a mente já está confusa de tanto controlar. Ela fez muitos nós para proibir nosso espírito, nossas emoções de SER. E por esse motivo então o pânico se instalou.
Para soltarmos esses nós então mais uma vez é preciso reaprendermos, relembrarmos aquilo que talvez esquecemos há muito muito tempo: permitirmos a expressão do SER.
Podemos nos esconder de qualquer um hipoteticamente, mas jamais podemos nos esconder de nós mesmos.
Sempre haverá algo em nós gritando para que nos lembrarmos de nós mesmos.
Sinto dizer, mas é impossível nos escondermos de nós mesmos… Exige muito esforço, e nenhum esforço será eficaz nesse sentido. Perde-se muita energia vital, e o canal vital da nossa nutrição se fecha.
É preciso perceber portanto que a melhor maneira de viver é liberar todo controle e aceitar se deixar levar pela correnteza se abrindo para as possibilidades que se apresentam no momento.
Se viveremos dessa forma, encontraremos uma forma de expressar o SER, e aquilo que chamamos de crise se tornará um porta para novas possibilidades.
As palavras chaves são: Confiar sempre, e liberar toda a necessidade de controle.