Há um véu de ilusão que foi construído há muito tempo e que se trata de como vemos o outro e o que esperamos dele. Esse véu foi construído quando perdemos nossa identidade pessoal, e começamos a busca-la fora.

Normalmente quando olhamos para o outro o vemos com nossos olhos da nossa expectativa. Fazemos um pré-julgamento do que ele É de acordo com os conceitos e crenças aprendidos, de acordo com as nossas necessidades, e acabamos criando algo que constrói o outro à nossa imagem, à imagem que nós criamos dele, que está ligada à nossa própria expectativa e necessidade.

Isso cria uma distorção nos nossos relacionamentos. Acabamos exigindo das pessoas aquilo que elas jamais poderão nos dar, qualidades que elas jamais terão, concedendo a elas poderes que elas não têm.

É preciso compreender que o outro é como ele É. Ele não pode atender às nossas expectativas, ele pode simplesmente ser Ele mesmo.

Muitas vezes quando nos relacionamos com o outro acabamos por enxergar nele algo que ele nunca terá para nos dar, e cobramos que ele nos de esse algo. Enxergamos uma miragem e queremos que ela seja real. Mas na verdade tudo é apenas a nossa fantasia criada para satisfazer as nossas necessidades pessoais, uma forma de encontrar no outro aquilo que ainda não vemos em nós mesmos.

Muitas vezes essa miragem dura uma vida inteira, ou uma parte grande dela, e acabamos por desperdiçar nossa própria vida e nos enchendo de dor. Quanto mais tempo dura essa fantasia mais dores construímos. 

Na maioria das vezes quando nos decepcionamos com o outro é por que tínhamos uma ilusão sobre ele, não o víamos como ele verdadeiramente É. Essa ilusão cria luta nos relacionamentos, esforço e luta é o resultado de criar essa fantasia.

Se enxergarmos o outro como ele verdadeiramente É não há porque ele nos machucar ou decepcionar, a dor não terá espaço para acontecer, por que estaremos enxergando a verdade, estaremos nos relacionando a partir da verdade que ele É, o que possibilita a livre escolha de se relacionar e de como se relacionar.

Escolha consciente. Quando você faz qualquer coisa com a escolha consciente nada poderá machucar você, por que você conscientemente escolheu viver a experiência. Você não colocou nenhum véu, nenhuma ilusão no seu viver, então não é possível haver dor. E mesmo se a dor acontecer você terá o poder de prontamente curá-la através da compreensão da ilusão que você criou.

É importante perceber que cada um de nós é perfeito como É. Cada um traz sua bagagem de experiências e tem seus dons e suas dificuldades como ser humano que É. Estamos todos constantemente aprendendo algo sobre nós mesmos. Esse aprendizado é contínuo, e permite sempre uma visão mais ampla sobre cada partícula do nosso SER.

Cada um de nós é totalmente livre para escolher com quem e como quer se relacionar com cada Ser. É importante apenas ver e sentir o outro exatamente como ele É, aceitar o que você vê no outro, parar de querer mudar o outro, e procurar a solução no outro, o caminho no outro, a verdade no outro, a abundância no outro, a salvação no outro. Fazer cessar as exigências e seguir caminhando na sua própria jornada, ASSUMINDO tudo o que você próprio É. A partir disso é possível viver com mais integridade, respeitando e honrando seu próprio SER, permitindo que sua energia flua e se manifeste nesse mundo.