A culpa que carrega a humanidade…….
Vivemos num mar de culpas, mas a nossa maior culpa é sermos quem somos.
Sequer temos total consciência de quem somos e já nos sentimos culpados de algo, como se já tivéssemos sido julgados, e o veredicto fosse: culpado.
Nossa culpa não nos permite SER.
Mas queremos SER, queremos viver. E a culpa está aí, de plantão, na espreita.
Nos sentimos culpados de tantas coisas. Vivemos encontrando motivos para a culpa. Quantos motivos!
Qual a nossa necessidade de criar tantos motivos?
Se não sentíssemos a necessidade dos motivos, não os criaríamos, não os teríamos em nosso caminho.
Talvez sentir culpa seja uma maneira muito especial de não entrarmos em contato com nosso verdadeiro Eu. Uma forma bastante simples e eficaz de fugir do CONTATO.
O Contato de primeiro grau, o mais profundo, aquele que nos faz sentir quem realmente somos, de onde viemos e para onde vamos, aquele que traz um sentido especial para esta existência, que nos faz sentir que vale a pena viver.
A culpa, nossa grande companheira.
Façamos uma pequena pausa, e viajemos pelas memórias desse sentimento tão profundo que chamamos de culpa.
Qual a sua origem no nosso inconsciente?
Acessar esse sentimento nos assusta. Nos assusta por que não sabemos o que fazer com ele.
E como não a compreendemos, e não sabemos o que fazer com ela, a transformamos numa forma de nos escondermos, uma forma de não precisar enfrentar quem somos, uma forma de negar o que de mais precioso existe em nós: energia vital!
Este sentimento tão antigo tem origem nos julgamentos. Julgamentos que fazemos de nós mesmos, e dos outros, no sentido de nos sentirmos adequados aos demais, e também de adequar os demais a nos mesmos.
Na verdade os julgamentos são apenas uma forma de construirmos uma humanidade padrão, com cara única, identidade única. Nela todas as personalidades estão controladas dentro de um único padrão de comportamento. Aqueles comportamentos aprovados estão dentro do padrão, a medida que os comportamentos desaprovados, estão fora do padrão, e por este motivo, devem ser excluídos.
Como todos nós desejamos ser aprovados, então nos julgamos constantemente, hora após hora, dia após dia emitimos sobre nós mesmos um julgamento silencioso, que está intrínseco em nossas escolhas, e em nossos atos.
Se tivermos um pensamento diferente das pessoas com quem convivemos diariamente, provavelmente iremos analisá-lo muito, até que possamos ter um julgamento positivo a seu respeito, para expô-lo aos demais. Podemos até fazer uma alteração aqui outra ali, para adapta-lo aquilo que pensamos ser mais perto do padrão dominante, e então decidiremos dizer o que pensamos.
Na verdade, depois de todo este julgamento, não somos mais nós mesmos falando, mas a voz do coletivo, a voz daquele padrão muitas vezes inconsciente que está instalado no nosso intelecto.
De todo julgamento sempre há um inocente, ou um culpado. O julgamento é um ato dual, totalmente dual. Ele não aceita neutralidade. Sua natureza é a de criar opostos, dualidade.
Não quero aqui entrar no mérito dos julgamentos dos julgamentos que fazemos de nós mesmos, da nossa propria jornada de vida, daquilo que buscamos em nosso caminho.
Quando julgo, emito um conceito de mim mesmo: se estou certo, sou aceito, se estou errado, sou rejeitado. Assim, com bastante clareza podemos perceber que o julgamento gera certo controle do nosso Ser.
Um controle que vive intrínseco em nosso mundo.
Quantas vezes você deixou de tomar certas decisões em sua vida apenas para respeitar certos padrões de vida que descobriu não serem mais seus, mas que são das pessoas que vivem consigo, ou de sua família, amigos ou grupo social?
Você pode não ter coragem sequer de optar por um trabalho diferente daquele que desenvolve hoje, apenas por que ele lhe dá uma posição social, ou um comportamento que as pessoas conhecidas esperam de você, ou ainda, por que você não consegue se ver exatamente do jeito que você realmente é?
Viver sob controle é viver sem escolhas. Se você não pode escolher, você também não pode experimentar outra forma de viver, não pode se experimentar, para descobrir quem você realmente é.
Você nunca é o mesmo. Muda todos os dias, por que se descobre um pouco mais a cada dia.
No entanto, se os julgamentos estiverem muito afinados com os padrões estabelecidos, a mudança não acontecerá em você, por que simplesmente a culpa não deixará. Como você poderá enfrentar a culpa de ser um ser novo diferente dos padrões?
Se você não puder compreender este sentimento, e lidar com ele, como poderá ser livre?
A culpa é uma antiga companheira sua de jornada, que lhe foi imposta um dia, mas que hoje você pode utilizar para perceber quem você é.
Basta que para isso, você entre em contato com este sentimento, e descubra o que ele te diz.
Descubra que a culpa que você tanto carrega, disso ou daquilo, na verdade não está aí pedindo para você carrega-la, mas está pedindo para você deixa-la ir.
A partir do momento que você descobre que é dono de seus próprios julgamentos, você também pode decidir, se quer carregá-la, ou deixá-la ir.
Você também pode decidir ser mais brando em seus julgamentos, e compreender que está aqui para viver apenas, ter muitas experiências, e aprender com elas, sem que para isso, você se sinta culpado de algo.
Cultivar a culpa é ser o seu próprio malfeitor, o carrasco que o leva ao cárcere.
Podemos ser livres se optarmos pela liberdade.
Mas a culpa que você carrega, você precisa deixar ir.
E como fazer para deixa-la ir?
Primeiro você precisa perceber que esse sentimento é muito antigo, muito muito antigo. E que através dele você pode perceber quem você é.
muito interessante, e muito util pra min
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Oi Marcia, agradeço a sua participação aqui no blog. É bem importante essa troca de experiências entre as pessoas!
Um abraço forte, Kátia.
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